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sexta-feira, agosto 06, 2010

SETEMBRO - MÊS DOS ADOLESCENTES E DOS JOVENS - Alteração na Programação

Anote em sua agenda:

O NÚCLEO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE
(NASAD) E O ADOLESCENTRO CONVIDAM PARA AS
ATIVIDADES CIENTÍFICAS E CULTURAIS
“PROMOVENDO SAÚDE COM ARTE”


1. I MOSTRA DE ARTES VISUAIS DE ADOLESCENTES DO DISTRITO FEDERAL

13 a 17 de setembro de 2010
Local: Biblioteca Nacional do Conjunto Cultural da República (próximo a rodoviária)
Horário de funcionamento: Segunda a Sexta-feira: 9h às 20h45

2. IV SEMANA DO ADOLESCENTRO

“Violência Sexual e Adolescência: Debates e Estratégias para Proteção Integral”

PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR
15 de Setembro
8h – Solenidade de Abertura.
9h – Linhas de Cuidado para Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Família em Situação de Violência
Gilvani Grangeiro – Ministério da Saúde

10h – Ações Integradas no Enfrentamento da Violência Sexual
• Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda - SEDEST
• Núcleo de Prevenção a Acidentes e Violência – NEPAV – Laurez Ferreira Vilela
• Programa de Atenção à Vivência de Violência Sexual – ADOLESCENTRO - Ana Carolina Bessa Linhares (Psicóloga).

14h – Violência Sexual: a construção de saberes
Giani Cezimbra – Médica Ginecologista
Míriam Ventura – Advogada

17h – O conceito de violência sexual é o mesmo para a vítima, para a ciência e para a justiça? – Uma abordagem complexa
Valdi Craveiro Bezerra – Médico Clínico de Adolescentes

16 de Setembro
8h às 18h - Mini-curso: Violência sexual contra crianças e adolescentes: aspectos relevantes para avaliação e intervenção
Luísa Fernanda Habigzang
Doutora em Psicologia/ Instituto de Psicologia/UFRGS
Coordenadora do Cep-Rua/NH
Tópicos:
• Dinâmica e consequências da violência para o desenvolvimento de crianças e adolescentes;
• Fatores de risco e de proteção na rede de atendimento;
• Entrevista com a vítima e com o cuidador;
• Modelo de grupoterapia para crianças e adolescentes;
• Orientação para cuidadores não abusivos.

Inscrições Gratuitas pelo e-mail: adolescentro.df@gmail.com

3. COMEMORAÇÃO DO 12º ANIVERSÁRIO DO ADOLESCENTRO e I FESTIVAL DE ARTE E CULTURA PARA ADOLESCENTES DO DF

17 de Setembro
Local: ADOLESCENTRO – SGAS 605 Lotes 32/33 – L2 Sul
Horário: 09:00h às 18:00h

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Curso de Especialização 2010 - Adolescentro

INFORME 01

Já era tempo de darmos uma notícia sobre o I Curso de Especialização na Atenção Biopsicossocial ao Adolescente em Uso de Drogas. Essa especialização será oferecida pela Associação dos Amigos do Adolescentro (AAAdolescentro) em convênio com a SECRETARIA DE ESTADO DE SAUDE DO DISTRITO FEDERAL (SES), representada pelo Centro de Referência, Pesquisa, Capacitação e Atenção ao Adolescente – ADOLESCENTRO e a FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE – FEPECS.

O convênio já foi aprovado, mas como a seleção dos candidatos será realizada pela AAdolescentro, foi necessário um termo aditivo transferindo a responsabilidade do edital da FEPECs para a Associação dos Amigos do Adolescentro. A publicação desse termo aditivo, que exige um trâmite na SES, está sendo esperada desde o final de dezembro, apesar dos esforços de todas as partes.

A demanda para o atendimento, tratamento e condução ao uso de drogas na adolescência é um sério problema de saúde pública no Brasil e no DF. O uso de drogas é um fenômeno complexo, pois envolve transtornos psiquiátricos, neurológicos e sérios problemas sociais, além da carência de profissionais treinados para prestar esse atendimento. Esse Curso de Especialização tem como principal objetivo formar equipes mínimas de profissionais para a Atenção Biopsicossocial ao Adolescente em Uso de Drogas, ou ampliar as equipes já existentes.

A equipe mínima deve ser formada por um profissional médico e um profissional enfermeira(o), ou assistente social, ou psicóloga(o) ou terapeuta ocupacional, lotados no mesmo Centro de Saúde, que já atendam adolescentes ou que estejam montando um serviço. Serão dez vagas para profissionais médicos e dez vagas para os demais profissionais, sempre formando no mínimo uma dupla.

O mais importante não é formar especialistas, mas criar serviços.

O curso terá carga-horária total de 540 horas, com 200 horas de módulo teórico e o restante teórico-vivencial que acontecerá no período de 02 de março a 08 de dezembro de 2010. Após esse período presencial, o profissional terá um prazo de 90 dias para a entrega e defesa do trabalho de conclusão de curso. As aulas ocorrerão duas vezes por semana, na 3ªfeira de 7 às 12h e 4ª feira de 7h às 12h e 13h às 18h. No convênio firmado, os profissionais serão liberados nesses horários.

Quando sair o edital a inscrição será realizada no Adolescentro. Além do currículo, será necessário uma carta de intenção na qual o candidato deve justificar os motivos pelos quais merece ser selecionado para cursar a especialização e as reais possibilidades da sua aplicabilidade e implantação do programa no local de trabalho.

No mais, aguardem o edital.

Valdi Craveiro Bezerra

Coord. Curso AAAdolescentro

adolescentro2010@gmail.com

domingo, setembro 20, 2009

ANIVERSÁRIO DE 11 ANOS DO ADOLESCENTRO - 1

Na sexta passada o Adolescentro encerrou sua semana com a comemoração de seu aniversário,
como já é tradição, com apresentações dos parceiros do Adolescentro, isto, os adolescentes e suas famílias.

Foram vários os presentes que a equipe do Adolescentro recebeu, entre elas uma grata surpresa, uma reportagem do Correio Brasiliense de Cecília Castro, que todos devia ler.
Ao Correio, nossos agradecimentos e especialmente a Cecília de Castro, por sua sensibilidade e decisão de fazer uma repostagem que não traz sofrimento, mas sucesso!

Um grande abraço!

Valdi Craveiro Bezerra
Médico Hebiatra

sexta-feira, agosto 28, 2009

Nossas diferenças não justificam nossa desigualdade. Talvez justifique deuses tão diferentes.

Em Abril de 2007 postamos a reflexão, Redução da Maioridade, um despropósito irresponsável, sobre o substitutivo do senador Demóstetenes Torres, reduzindo a maioridade para 16 anos, para crimes considerados graves como tráfico de drogas, tortura e homicídio.

Tivemos vários comentários, inclusive um bem recente, postado às 1:35 AM, Agosto 25, 2009.


O que nos chama atenção é que as pessoas que defendem a redução da maioridade penal, não apresentam argumentos ou evidências que justifiquem suas posições. No entanto, deixam transparecer nos seus apelos revoltados sua verdadeira face.

Parece que não perceberem o quanto são manipuladas, quando são levadas a focarem apenas o resultado dos fatos, sem levar em conta o processo que ocasionou seus desfechos. Se a hipótese é que não são manipuladas, então são no mínimo perversas.

Defender a redução da maioridade para punir adolescentes, é o mesmo que negar o direito à cidadania para esses excluídos. É muito estranho não ter no CAJE-DF adolescentes do Plano Piloto ou dos Lagos Norte ou Sul, pois mais de 99% dos adolescentes, lá internados, pertencerem a classes desfavorecidas. Em sua maioria, são adolescentes com história de transtornos neurológicos e mentais desde criança e nunca diagnosticados ou tratados. Mesmo quando os pais conseguiam uma consulta, seus comportamentos, totalmente disfuncionais, eram considerados normais para aquele contexto: pobreza, alcoolismo, tráfico, miséria. Percebe-se que essa avaliação é ideológica, não é profissional.

Os filhos do Lago Sul vão para o neurologista, para o psicólogo, para a psicopedagoga ou para o psiquiatra. Os filhos dos pobres vão para o CAJE.

Pode até parecer exagero, mas é justamente o que pensa e defende os anônimos:

(1) 1:35 AM, Agosto 25, 2009

(FALTA DE CULTURA E TER 16 ANOS NÃO É JUSTIFICATIVA PARA MA

TAR !!!! SE ASSIM FOSSE A MAIORIA A DOS POBRES SERIA ASSASSINO).

(2) 12:07 AM, Abril 29, 2009

(É esse sentimento de impunidade, de menor poder faze

r tudo que sempre vai ter os Direitos Humanos a seus favor, que faz com que milhares de crimes hediondos ocorram. Redução da maioridade penal para 14 anos já, pois tem muita gente nesse país que não é humano, é animal, irrecuperável, que deve ser posto numa jaula e a chave jogada fora).

A confusão mental dos anônimos é tanta ( talvez por serem anônimos) que o primeiro confunde transtornos neuropsiquiátricos com pobreza e o segundo, seus irmãos privilegiados, com animais. Mas o pior é quando eles professam a fé para um deus elitista, cruel e perverso, tanto quanto eles, pois rogam para esse deus fazer o trabalho sujo que eles ainda não conseguiram terminar:

(3) 12:03 AM, Abril 29, 2009

(Rezo a Deus para que um dia um desses menores infratores estuprem e matem a mulher e/ou seus filhos na frente de vocês.)

São esses comentários que me dão a certeza de quem são esses anônimos. São pessoas desinformadas, confusas e provavelmente doentes. Essa conclusão se deve ao fato de que só uma pessoa dessas pode ter um deus, também, com sérios transtornos mentais.



Valdi Craveiro Bezerra

quinta-feira, maio 21, 2009

DESCULPAS NECESSÁRIAS

Há períodos na vida que vamos dormir decididos a largar tudo. Chutar o pau da barraca. No entanto, a compulsividade existencial nos faz acordar cheio de planos, imaginar formas mirabolantes, tudo para contornar as dificuldades e tocar em frente. Foi assim que mantivemos nesses 27 anos de existência a idéia Adolescentro.
Parte dessa idéia é a Educação Continuada, representada pelo Treinamento em Serviço (TS) do Adolescentro que acontece há oito anos. Nesse ano o propósito era oferecer o TS como Curso de Especialização. Não deu!
Parte da equipe entendeu não seria possível, e como coordenador do Curso de Especialização, me sinto na obrigação de pedir desculpas pelas espectativas criadas e com tristeza comunicar que NÂO HAVERÁ ESSE ANO, o Curso de Especialização do Adolescentro.
A equipe está se organizando para oferecer um TS para o segundo semestre, o que s
erá devidamente comunicado em tempo.

Também, me sinto no dever de confirmar que deixei a gerência do Adolescentro
desde o dia 01 abril, e com certeza, em boas mãos. Foi escolhido pela equipe a psicóloga Michelle para dar continuidade a essa idéia, o Adolescentro.

Um grande abraço!

Valdi


quarta-feira, dezembro 24, 2008

Mais um ano se foi e ficaram as lembranças


Esse ano conseguimos crescer mais um pouco. Se continuarmos assim, teremos que nos mudar para o HRAS.
A cada dia construímos relações amorosas e,
nesse ano, em especial, privilegiamos a equipe do Adolescentro.
Ano que vem, se tudo der certo, estaremos oferecendo o Iº Curso de Especialização substituindo o antigo Treinamento em Serviço. A proposta é iniciarmos na primeira semana de abril. Fiquem atentos.
Bem, nós aprendemos muito esse ano e desejamos a todo
s da família Adolescentro um Natal Feliz e um Ano Novo pleno de possibilidades.

Um grande abraço a todos!





Equipe do Adolescentro

terça-feira, novembro 04, 2008

Crianças, adolescentes, saúde mental e descaso. Quem "somos" os responsáveis?

Na tarde de sexta-feira, dia 31 de outubro de 2008, realizou-se audiência pública, sobre a execução da sentença de 24 de novembro de 2006, que condenou o Governo do Distrito Federal a criar e implementar uma política e serviços de atendimento à saúde mental de crianças e adolescentes, como previsto no ECA. Essa Ação Civil Pública teve início em 14 de março de 1997. Levou nove anos, oito meses e oito dias para a sentença e mais dois anos para se realizar esta Audiência Pública, totalizando 11 anos e oito meses de espera.

Acabou a espera ?
A psicóloga Flávia de Araújo do PDIJ fez uma apresentação contundente e impressionante, tanto histórica como a atual situação da saúde mental da criança e do adolescente no DF: total abandono pelas autoridades em todos esses anos. Como conclusão final o relatório apresenta apenas duas unidades no DF que prestam atenção às crianças e adolescentes: o Centro de Pesquisa, Capacitação e Atenção ao Adolescente e Família (Adolescentro) e o Centro de Orientação Médico Psicopedagógica (COMPP), “os quais não atendem a demanda atual do DF”.
Além da Dra. Tânia Torres Rosa, Subsecretária de Saúde representando o Secretário de Saúde, estavam compondo a mesa o Coordenador Administrativo em exercício da Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude, Nino Franco, o Promotor de Justiça Anderson Pereira de Andrade, a Subsecretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Marta Sales, o Presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA), Fábio Teixeira, e o Conselheiro do Conselho de Saúde do DF Michel Platini.

O público usou a palavra, por dois minutos cada, para reivindicar, cobrar, acusar, lembrar, esclarecer e falar de esperanças. De uma maneira geral, os problemas complexos como o uso de drogas, os transtornos mentais, a violência sexual entre outros, são reduzidos a uma simplicidade ingênua, principalmente em uma relação à sua solução: a saúde oferecer tratamento.
A mesa, não diferente da assistência, apontou os absurdos da lotação orçamentária para a saúde mental, acusou a SES de não respeitar até hoje a decisão judicial e, lembrou em boa hora, que o DF é o segundo estado com menor número de CAPES da Federação, só perdendo para o Amazonas. As colocações, todas, foram contundentes e impactantes. Não sobrou espaço para meio termo e acredito que foi uma das audiências públicas mais elegantes, pela seriedade de todos os presentes.

É importante lembrar que foi o resultado do esforço incansável da equipe de Promotores da Infância e Juventude, representados no evento pela Promotora de Justiça Leslie Marques de Carvalho. A promotora Leslie deixou claro que o objetivo do Ministério Público do DF e Territórios é participar ativamente para o cumprimento da sentença. No entanto, não esqueceu o mais importante: “Vamos fiscalizar o trabalho, mas o diálogo faz parte de todo esse processo”.
Como esperado, a audiência terminou com a fala da Subsecretária de Saúde, respondendo as questões colocadas. As colocações de Dra Tânia foram de uma honestidade e responsabilidade tão elegantes, que não houve discussão ao final. Algumas delas:
  1. As cobranças aqui realizadas não intimidam, mas intimam soluções;
  2. O que posso prometer é a determinação de trabalhar com todas as forças para que esta situação se desfaça e, em outra tarde, sem constrangimento eu poder desejar uma boa tarde;
  3. Todas as instituições envolvidas têm que desenvolver atos interdisciplinares para resolver o problema;
  4. Assumimos o que nos cabe e disporemos todos os recursos da SES para que se comece o equacionamento dessas questões;
  5. Mudança de cultura tem que ocorrer e não temos mais tempo. Esse é um dos nossos maiores problemas!
Esse é o momento?
Como o Adolescentro foi citado em várias ocasiões na apresentação sobre a situação da Saúde Mental no DF, é fundamental fazermos algumas colocações na esperança de ajudar nas soluções, pois não temos mais tempo, como colocado pela Subsecretária de Saúde:
Tanto a Saúde Mental como o uso de Drogas, são fenômenos biopsicossociais, e a criança e o adolescente são totalmente diferentes do adulto nos mesmos fenômenos. A criança não é um adulto pequeno. Adulto pequeno é anão. Nesse ponto endossamos a proposta da Dra. Mariza, gerente do COMPP, de ser criado na SES uma gerência específica para tratar da saúde mental da infância e adolescência.
Mesmo que a saúde funcione como um termômetro, e pareça que o problema reside nela, os problemas e limitações sociais, da justiça, do serviço social e do trabalho, participam da construção e manutenção desses fenômenos;
  1. Todos nós profissionais temos a deformação pela formação que temos. Seria hilário se não fosse desesperador um diálogo entre a saúde e a justiça, sobre um caso de violência sexual intradomiciliar. O conceito de violência sexual para justiça é centrado no autor, no crime. O foco do conceito da saúde TEM QUE SER focado no(o) sobrevivente da violência, justamente aquele que não faz parte da lei. No entanto, quando sentamos imbuídos em resolver o problema dessas pessoas, os resultados são maravilhosos e impressionantes;
  2. Só fazemos parte da solução se fazemos parte do problema. O inverso também é verdadeiro e sério. Enquanto as instituições envolvidas não tornarem-se parceiras e assumirem-se como parte do problema, vamos continuar no mesmo. Para isso é fundamental criar um Grupo de Ação com representantes permanentes e com autoridade para tomar decisões para resolver o problema. Nós, como cidadãos, temos que EXIGIR RESPEITO das autoridades que elegemos, para a saúde mental;
  3. O problema é urgente. Para nós, só usa drogas quem pode não quem quer. Em nossa experiência, os distúrbios e transtornos mentais, emocionais e afetivos precedem o comportamento.
Investir na prevenção e atenção à saúde mental da criança e do adolescente será a maior economia que qualquer governo possa fazer.
O grande problema dos transtornos mentais e o uso de drogas (entre outros) é que todos nós queremos distância. São problemas que nos envergonham, denunciam nossos piores temores e preconceitos. O pior de tudo é que, os transtornos mentais e o uso de drogas, além de roubar a cidadania das pessoas que padecem desses problemas, autorizam a sociedade como um todo, trata-los como coisas, pois só dão problemas. Temos que esquecê-los.

Basta lembrar que o processo que levou 11 anos e oito meses e nenhum jornal da capital achou o assunto importante para ser divulgado, a não ser no site da MPUDF .

Fica o desafio: Faça parte do problema!

Valdi Craveiro Bezerra

Duas primeiras fotos de José Evaldo Vilela no site
http://www.mpdft.gov.br/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=927&Itemid=1.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Semana do Adolescentro de 16 a 19 de setembro


Porque a festa do Adolescentro em setembro?
Porque é dia de seu aniversário, dia do adolescente e início da primavera!






16 de setembro de 2008 - Terça-feira

Local - Adolescentro

08 às 09h - Abertura da II Semana do Adolescentro

09 às 18h - Roda de Conversa - Espaço para os serviços que trabalham na atenção ao adolescente discutirem propostas para aperfeiçoar o processo e melhorar o atendimento com os recursos que temos.

Tema para 2008 - Criação doa Centros de Atenção e Pesquisa da Adolescência.

Faça sua inscrição. Baixe e o Formulário de inscrição e o envie por e-mail ao adolescentro.df@gmail.com


17 de setembro de 2008 - Quarta-feira

Local - Hospital Regional da Asa Sul

08 - 09:45 - Palestra - Diagnóstico e tratamento das Comorbidades no transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. - Convidado Especial Dr. Erasmo Casella - Neuropediatra do Instituto da Criança - USP - São Paulo

9:45-10:15 - Intervalo

10:15-12h - Mesa redonda - Conversando sobre comorbidades no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH - Erasmo Casella


18 de setembro de 2008 - Quinta-feira

Local - Hospital Regional da Asa Sul

8h-9:45 -Palestra - Transtorno Bipolar na Infância e Adolescência – Marines Teixeira - Adolescentro

9:45 -10:15 -Intervalo

10:15-12h -Palestra - Tratamento no Uso de Drogas – Leonardo Prudente - GESAN

19 de setembro de 2008 - Sexta-feira

Local - Adolescentro

Aberta a toda Comunidade Adolescentro

Festa do aniversário de Adolescentro


Sejam Bem vindos

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Moçambique encontra o Adolescentro















Terça-feira dia 11 o Adolesce
ntro recebeu a visita de duas mulheres maravilhosas de Moçambique. A diretora de Assuntos de Família, Mulher e Gênero do Ministério da Mulher e Ação Social de Moçambique, Célia Armando e Berta Seiuma, técnica responsável por ações de enfrentamento da violência de Moçambique. Acompanhando Célia e Berta, estavam Ana Margareth Gomes, da área técnica da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde/Brasil, parceira do Adolescentro e Fernanda Lopes do Fundo de População das Nações Unidas/UNFPA/Brasil, futuros parceiros.

Moçambique é um país jovem. Decretou sua independência em 25/06/1975 livrando-se da violência colonialista e entrando em outra violência, a da guerra civil. Nenhuma delas é mais ou menos importante que a outra. Desde as terríveis minas terrestres, mutiladoras de corpos e de almas, até a violência doméstica e sexual, não importa, violência é violência e sempre será uma vergonha humana, e por isso, deve ser eclipsada, escondida.

Por isso toda atitude que tire das sombras a violência sexual, merece nossa admiração e respeito. Essas duas mulheres poderosas vieram à Brasília e quiseram conhecer um serviço, que como elas, parece que lutam contra a maré, no que diz respeito aos resultados. Isso se deve ao fato de temos que lutar não apenas contra uns “monstros”, autores da violência, mas contra toda uma cultura, que disfarçadamente, dos tempos bíblicos até hoje, trata a mulher e a criança como mercadorias. A forma de a cultura humana pensar a violência sexual contamina até as instituições e as pessoas que lutam contra ela, levando-as a contribuir com a invisibilidade da violência sexual.

Essa armadilha começa com a reificação da violência. Ao transformá-la em coisa, em um instrumento em vez de uma relação desigual entre sujeitos em um determinado contexto, nos eximimos da co-responsabilidade por todas as violências sexuais. Isso fica evidente ao observarmos nossa reação ou FALTA DE AÇÃO diante da INIQÜIDADE do nosso Código Penal, ao considerar a violência sexual, um dos crimes mais hediondos, perversos e danosos contra a integridade biopsicosoccial do ser humano, como um (simples) crime contra os costumes. ISSO É UMA VERGONHA. EU MORRO DE VERGONHA, não de ser homem, mas de ter no corpo da lei de meu país esse absurdo. O que está em jogo não é o castigo, a pena, mas a maneira de desqualificar a vítima, geralmente uma mulher ou criança, em função do autor, em sua grande maioria um homem.

Para sair dessa armadilha, nós do Adolescentro adotamos um conceito sistêmico que considera a violência sexual relação e, com isso, nos denuncia sempre que nossos pré-conceitos afloram.

Violência sexual é uma relação desigual de poder, de força, ou de nível de compreensão do que esteja acontecendo, entre a vítima e o autor que, ao desqualificar o outro como sujeito, usa-o para sua satisfação sexual de forma física, psicológica ou social, em um contexto familiar e/ou social que constrói esses personagens e propicia ou facilita a formação dessas relações. (Bezerra,VC; 2007)

Foi um encontro de irmãos, parecia que nos conhecíamos há tempos, apesar de nunca termos nos vistos. No entanto, não foi a cultura que nos uniu, apesar da língua ser a mesma, mas nosso enfrentamento a violência sexual, que em última análise, é uma luta contra nós mesmos. Talvez por isso, carreguemos uma sensação de que isso não acaba nunca. Ao menos a uma conclusão já chegamos: não adianta punir, temos que aprender e ensinar o respeito incondicional ao outro, que apesar das diferenças, jamais seremos desiguais diante dos homens.

Enquanto apresentávamos o Adolescentro, Moçambique se preparava para ser quarta-feira, e ainda estávamos na terça sem saber de nada. Esse fuso horário é às vezes desconcertante, assim como a violência, quando descobrimos que é a mesma e no entanto está em todos os lugares ao mesmo tempo. Como pode?

Conheça um pouco mais de Moçambique e se tiver curiosidade visite também o Adolescentro. É importante para nós sabermos que não estamos só. Foi esse presente que Célia e Berta nos deixaram.

Um grande abraço!


sábado, dezembro 01, 2007

Aumente seu prazer e prolongue o dela, use camisinha!

1º de dezembro, dia mundial de luta contra a AIDS

Um dos maiores parceiros nessa luta é o preservativo, também conhecido como camisinha, camisa de Vênus, condon e outros.

Vem de muito tempo a preocupação do homem se proteger das doenças sexualmente transmissíveis (DST). Por muito tempo elas foram chamadas de doenças venéreas, em analogia a Vênus, deusa do amor. Como amor e sexo são coisas diferentes, apesar de poderem andar juntas, é preferível o termo DST.

Os egípcios já se protegiam com capinhas em volta do pênis para se proteger de picadas de insetos, ferimentos e provavelmente de doenças.

Foi a mitologia grega que deu a idéia e apresentou a camisinha ao ocidente.

“O rei Minos, filho de Zeus e Europa, era casado com Pasiphë. O monarca era conhecido por seu amor pelas mulheres e suas inúmeras amantes. Por obra de Pasiphë, Minos passou a ejacular serpentes, escorpiões e lacraias, que matavam toda aquela que se deitasse com o soberano. Pasiphë era imune ao feitiço aplicado a Minos, mas este tornou o rei incapaz de procriar. Minos, no entanto, se apaixonou por Procris. Para evitar que a relação com Minos lhe trouxesse a morte, Procris introduziu em sua vagina uma bexiga de cabra. Os monstros ficaram aprisionados na bexiga e Minos voltou a poder ter filhos."

A primeira descrição parecida com o preservativo atual, data de 1564,e foi feita pelo anatomista Gabriello Fallopio, intitulado De Morbo Galico (Doença Inglesa). Nome como a sífiles era conhecida na época, resultado da eterna rivalidade entre franceses e ingleses. Nesse estudo, Fallópio experimentou em 1100 homens “um envoltório de linho sobre o pênis durante o ato sexual, o qual impediu a disseminação de doenças, especialmente da sífilis”. No entanto o nome condon, apesar das controvérsias, dizem ser devido ao Dr. Condon, médico inglês da corte de Charles II, monarca do Reino Unido (1660-1685) que popularizou o protetor na língua inglesa.

A camisinha conheceu vários processos de fabricação e materiais. Em 1700 seu uso era extremamente popular, principalmente como método anticoncepcional. Os preservativos eram feitos à base de tripa animal. Nos anos de 1800, os japoneses criaram uma camisinha feita com um couro bem fino. Em 1843 com a descoberta revolucionária da vulcanização da borracha (adicionando enxofre e submetendo-a ao calor) permitiu que as camisinhas se tornassem mais elásticas e fossem produzidas a custos baixos. Em 1930 o látex líquido substituiu a vulcanização da borracha na fabricação os preservativos. Essa trecnologia continuou a se desenvolver até o surgimento das camisinhas de poliuretano, muito mais confortáveis.

Passados 1443 anos da publicação de estudo de Fallopio (1564), a preocupação com a prevenção continua, não só das DST, mas também da gravidez não planejada. O grande desafio continua convencer as pessoas dos direitos de se cuidarem. A apropriação do direito e dever de cuidar de sua vida e de todas as vidas, de buscar melhorias para si e para os outros é um processo. Só não podemos olhar muito para frente, onde queremos chegar, e percebermos onde estamos e entrar em desânimo. Já caminhamos muito. "O uso do condom no Brasil tem crescido regularmente desde o início da epidemia de HIV/AIDS."

Ainda não conseguimos introjetar a camisinha em nossa subjetividade, como o ato de beber coca-cola, por exemplo. Ainda há preconceitos, medos e muita ignorância e maldade travestidas de religião ou de parlamentares (vereadores, deputados, senadores) sem nenhum argumento empírico comprovado, propondo leis castradoras de todos os tipos.

Mas vamos resistindo. Nosso sonho de consumo é chegar um dia, que não iremos mais dormir, sem ver, assistir ou ouvir uma propaganda sobre o uso da camisinha, assim como acontece com a coca-cola. Aprender sobre o valor da vida, do direito de ser feliz, de ter prazer, de amar a si e aos outros. E de tanto ser bombardeados, quem sabe, passaremos acreditar que somos sujeitos de nossa vida, de nossa saúde, de nossa existência e da existência da vida, e a camisinha seja parte disso.

Infelizmente os recursos dos homens honestos, que lutam para cuidar da saúde do povo, são escassos. Mas sabemos que temos recursos. Só precisamos ser mais espertos e chegarmos antes dos políticos, funcionários públicos e empresários desonestos meterem a mão no nosso bem público. O problema é que eles têm um estímulo muito maior que a vida. Eles têm a impunidade!

É claro que toda essa luta não se resume a isso, o que é muito bom. Podemos lutar de várias formas e lugares a favor da vida. O Ministério da Saúde, por exemplo, lançou o Blog QUALSUAATITUDE? . Além de interessante é um ponto de encontro de idéias. Nós do Adolescentro, há mais de dois anos, que estamos vinculando a camisinha ao prazer em vez da preocupação com doenças e gravidez. Apesar de muitos falarem o contrário, a camisinha diminui sim a sensibilidade peniana. Isso faz com que o homem demore mais a ter o orgasmo. O pior é que isso é visto como problema pelos garotos que ainda não perceberam o outro na relação. ACORDEM HOMENS!

Preste atenção. Cada vez que você demora, mais intenso será seu orgasmo. Demorando mais, sua parceira terá chances de ter VÁRIOS orgasmos e numa mais esquecer de você. Que tal? Por isso,

Caso contrário...., veja por si mesmo!






quarta-feira, novembro 07, 2007

Adolescentro recebe condecoração da Vara da Infância e da Juventude





(06/11/2007 - 16:53) Página da SES

O Adolescentro receberá condecoração da Vara da Infância e da Juventude, nesta sexta-feira (09), às 9h30, no Auditório Nívio Geraldo Gonçal

ves (SGAN 909 Norte, módulo C/D). Centro de referência, pesquisa, capacitação e atenção ao adolescente em família, o Adolescentro é considerado um dos melhores serviços prestados pela rede públ

ica de saúde ao adolescente no Brasil.

A iniciativa da condecoração é do juiz da Vara da Infância e da Juventude, Renato Rodovalho Scussel. O Adolescentro faz cerca de 800 atendimentos por mês, entre adolescentes e familiares. Há um ano, foi reconhecido como Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, conforme publicação no Diário Oficial do DF (Portaria nº 47, de 26/09/2006).

Equipe
Uma equipe formada por hebiatras, psicólogos, psiquiatras, ginecologistas e odontólogos atuam no Adolescentro. Além de atendimento psico-social, os adolescentes têm tratamentos dentários e ginecológicos. É referência no atendimento ao adolescente com idades entre 10 e 19 anos incompletos em situação especial por uso de drogas, conflitos com a lei e convivência de violência sexual (neste caso trabalha tanto com a vítima como com o agressor).

Para marcar consultas no Adolescentro, se for para casos de envolvimento com drogas ou violência sexual, basta comparecer ao centro de segunda à sexta-feira, em horário comercial. Já para transtornos de comportamento e déficit de atenção, a marcação é feita toda última sexta-feira de cada mês.

Acácia Daniel/SES/DF

domingo, setembro 30, 2007

Festa da Família Adolescentro 2007

Festa comunitária do Adolescentro - 25 anos de atenção ao adolescente no DF, 9° aniversário no CS 1406 e o 1º ano do CS06 como Adolescentro

Sexta-feira, 21 de setembro de 2007.

A algazarra ocorreu sob o sol implacável. Em frente ao palco, as mesas distribuídas estavam lotadas. A maioria em pé, se movimentava ao redor das mesas. Familiares, amigos, convidados. Eram quase 15 horas, e o burburinho e a agitação ocupavam o estacionamento do Adolescentro. Algumas pessoas apenas olhavam para o palco, esperando algo. Outros, ocupados, se moviam de um lado a outro, responsáveis pela organização do evento ou por oferecer a bebida e os quitutes. Depois de uma breve explicação ao microfone, jovens dançarinos ocupam o palco. Apresentam uma coreografia e, em seguida, um dos adolescentes faz, com sua voz, uma imitação impressionante de efeitos sonoros e ruídos enquanto seus colegas ensaiam passos.

Novamente algumas pessoas se alternam ao microfone. Parte da platéia tenta ouvir em meio à bagunça, outros conversam e gargalham alto. Algumas pessoas se acomodam à sombra das árvores e conversam em pequenos círculos. Os garçons oferecem sorvetes e andam poucos passos antes que as bandejas esvaziem. Muita gente que não se encontrava há algum tempo parece se reencontrar. Trocam abraços e demonstram interesse por saber o que cada um anda fazendo.

Próximo ao palco, um adolescente senta ao chão. Está acompanhado de amigos, mas simplesmente se afasta da roda de conversa e se senta no meio fio branco que contorna a área do estacionamento. Ajeita o boné e parece compenetrado observando o movimento em meio às mesas.











Rafael Baliardo










domingo, abril 29, 2007

Redução da Maioridade, um despropósito irresponsável.


“O importante é que haja punição” (sen. Demóstenes)

Dia 26 de abril desse ano, por 12 votos contra 10, a Comissão de Constituição de Justiça do Senado aprovou o substitutivo do senador Demóstetenes Torres, reduzindo a maioridade para 16 anos para crimes considerados graves como tráfico de drogas, tortura e homicídio.

“O importante é que haja punição”

A afirmação do senador Demóstenes (Correio 27/04/2007 pg.10) mostra o caráter vingativo e irresponsável da proposta de redução da maioridade.

A vingança é o primeiro sentimento que nos arrebata diante de uma perda estúpida, como o homicídio. Eu não tenho dúvidas de que se perdesse um filho, como o pai do menino João Hélio, que foi arrastado até a morte, a minha sede de vingança seria incontrolável. Mas não deixaria de ser vingança. A vingança não constrói, não educa, nem dá exemplo, por isso afirmo que a medida é irresponsável, pois não tem nenhum propósito a não ser promover a vingança.

O risco maior é achar que punição, nesse caso, é diferente de vingança. Da mesma forma que a vingança, a punição não educa, não ensina cidadania, nem diminui as diferenças sociais e econômicas que geralmente marcam esses acontecimentos. Não que essas diferenças justifiquem a violência ou a impunidade. No entanto, são marcados por uma coincidência absurdamente incrível. A grande maioria dos adolescentes “internados” no CAJE e autores dessas violências (tráfico de drogas, homicídios), são pobres, pardos, negros, com déficit na escolaridade, sem acesso a saúde. De certa forma são excluídos socialmente.

Já os casos de impunidade, geralmente estão relacionados aos deputados, senadores, juízes, aos ricos e favorecidos. De certa forma, às pessoas que detêm o conhecimento e/ou o poder, inclusive de criar leis para subjugar os excluídos. É claro que utilizando o discurso de que todos nós temos DIREITOS IGUAIS. É querer partir de uma grande mentira para se construir uma pequena “verdade” que engane a todos.

Aí está a grande diferença entre punir e ensinar a fazer o certo. Ensinar a fazer o certo exige levar em conta as desigualdades sociais, econômicas, cognitivas, emocionais e existenciais. Não adianta exigir que alguém faça algo sem dá condições. Partir do princípio que todos nós somos iguais nas nossas diferenças é puro delírio, ou melhor, é pura maldade mesmo! Dados referentes a 2004, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), estimam que o número de pessoas presas seja de aproximadamente 336 mil, sendo 94,4% do sexo masculino (317.568) e 5,6% do sexo feminino (18.790). Cerca de 70% dessa população carcerária no Brasil não possui o ensino fundamental completo” Quem das classes média e alta não possuem ensino fundamental?

Eu fico estarrecido quando atendo no Adolescentro um garoto que foi suspenso por três dias do colégio, por ter tocado fogo no cesto de lixo durante a aula de inglês. Realmente eu não consigo entender como a suspensão vai ensinar esse garoto a respeitar seus pares e superiores. Fico matutando que seria muito mais eficiente, no lugar da suspensão, uma “adesão” por três dias no horário contrário das aulas, para esse aluno ajudar a limpar todos os cestos de lixo e catalogar seu conteúdo para conhecer sobre o que seus pares estão colocando no lixo em sala de aula. Conhecer a informação do lixo.

Da mesma forma, penso que uma pessoa que não respeitando uma faixa de pedestre provoca um acidente, seria muito mais útil, ser condenado a aprender a respeitar o pedestre, ajudando por semanas, alunos de uma escola a atravessar a rua. Conhecer a necessidade dos pedestres.

Por que então é preferível multar que fazer educação para trânsito? Por que temos que enjaular as pessoas que fazem o errado nas relações com seus semelhantes? O complicado de tudo isso é que utilizamos a pedagogia da punição há mais de 12 mil anos, e nenhuma solução positiva foi alcançada. Para nossa subjetividade o mais importante é punir, não é ensinar a fazer o certo.

Não podemos permitir que pessoas, sem nenhum compromisso social e existencial usem a justiça para fazer vingança.

Diminuir de 18 para 16 anos a “maioridade penal” não vai alterar ou resolver o problema da violência, que chegou a uma situação insuportável. Todos sabem que 90% dos crimes são cometidos por adultos e há mais de um século isso não muda. Provavelmente, esses dois anos que alguns adultos sedentos de vingança querem amputar da adolescência, não mudará em nada essa triste estatística. Então, qual o propósito da redução da maioridade? Com certeza não será fazer justiça. Creio que é para cada vez mais negar aos excluídos seus direitos, pois se os nego em nome da lei, não haverá discussão.

Só se faz justiça no exercício da justiça. Só se aprende cidadania no exercício da cidadania. Só se aprende democracia proporcionando possibilidades semelhantes para pessoas diferentes com distintas necessidades. No dia que tivermos adolescentes das classes excluídas com possibilidades semelhantes de acesso à saúde, à educação, ao lazer, ao trabalho, a uma existência digna, estaremos fazendo justiça, caso contrário não passará de demagogia e crueldade.

terça-feira, março 20, 2007

O Adolescentro também vacina

A definição do CS06 como Adolescentro, criou na mente de algumas pessoas umas dúvidas no mínimo engraçadas. Perguntar se ainda é um Centro de Saúde é a mais comum. Frequentemente recebemos solicitações de macas, mesa de exames, aparelhos odontológicos, remédios da farmácia, com a "justificativa" de que agora somos o Adolescentro. De fato, não somos mais o CS06 que éramos, somos agora um Centro de Saúde de Excelência.

Excelência na competência e na vontade de atender a comunidade adolescente e sua família, de procurar cada vez mais fazer o melhor, e acima de tudo, se sentir confirmado e realizado pelo trabalho profissional de alta qualidade efetuado.

A despeito disso, a equipe de Enfermagem Adolescentro realizou a atualização dos cartões controles de vacinana (espelho) das crianças cadastradas na nossa unidade até Setembro de 2006. Esta atualização foi realizada através de busca ativa dos pais e /ou responsáveis pelas crianças, com visita domiciliar e/ou por contato telefônico.

Este tipo de atividade já havia sido realizado anteriormente, porém não com tanto empenho da equipe. Com este diferencial foi possível atualizarmos os cartões 2003 até outro de 2006.

Dispomos hoje de 401 crianças cadastradas, destas, 340 encontrava-se em atraso e/ou com vacinação em outra unidade de saúde.

Com esta iniciativa foram atualizados 235 cartões até janeiro de 2007, correspondendo a 58%.

Parabenizamos a equipe responsável, as enfermeiras Laura Tavares Barbosa, Jumaida Mª Insaurriaga e com destaque em especial para a técnica de enfermagem Aldeny Araújo e a agente de saúde Maria Laura Lustosa, incansáveis e persistentes nessa tarefa.

Realmente não somos mais um centro de saúde, somo O CENTRO DE SAÚDE!

Laura Tavares Barbosa

domingo, março 18, 2007

Em verdade vos digo

Vamos parar de mentir sobre a Contracepção de Emergência?

Em 2003 conhecemos Regina Figueiredo que facilitava um treinamento sobre Contracepção de Emergência do NEPAIDS. Foi amor à primeira vista. Regina organizou a REDECE, nos apresentou a Angeles e fizemos uma parceria com o Pacific Institut for Women´s Health.

Dessa parceria criamos um folder sobre Contracepção de Emergência, elaboramos um Manual sobre CE e realizamos um curso. O dinheiro, infelizmente não foi suficiente para montarmos um site e disponibilizar todo o material produzido. O Bush ao assumir o governo cortou todos os subsídios para programas que divulgavam a camisinha e a CE. O estranho é que a mídia não percebe esse pacto demoníaco entre Bush, a igreja e alguns deputados alucinados, que vivem criando leis para proibir a distribuição da CE.

Apesar de toda essa iniqüidade, desde 2003 fazemos uma palestra sobre o casamento Camisinha-Contracepção de Emergência em todo atendimento BPS. E pasmem! NUNCA nenhum pai ou mãe criticou ou acho ruim nosso trabalho.

Você não tem que usar a CE, mas tem o direito de saber que ela existe, que é seguro, eficiente, NÃO É ABORTIVA e, é um direito constitucional.

De acordo com a última versão dos Critérios médicos de Elegibilidade para uso de métodos anticoncepcionais (2004) da Organização Mundial de Saúde, não há nenhuma doença ou situação que contra indique a utilização da CE. (Baixe o arquivo PDF). Desta forma não é necessário exames antes, durante nem depois de seu uso. Portanto, a consulta médica ou necessidade de orientação quanto os problemas de seu uso, não tem nada a ver com a CE, mas com a necessidade de controle do exercício da sexualidade da mulher.

Como usar?

A CE foi lançada com dois comprimidos de 0,75 miligramas de Levonorgestrel cada um. No início, era orientado tomar cada comprimido com diferença de 12 horas. Não se sabia que os efeitos colaterais não se somavam se fossem tomados juntos. Como havia a possibilidade de esquecer o segundo comprimindo, nosso folder apresentava a opção de tomar os dois juntos, por nosso publico ser de adolescentes. Hoje a orientação é dose única de 0,150 miligramas de Levonorgestrel, nosso plano B.

Tome os dois comprimidos de uma vez se forem de 0,75 mg ou um comprimindo de 0,150 mg se dose única, o mais breve possível após uma relação sexual desprotegida.

Eficiência

A CE oferece proteção de:

97% se for tomado nas primeiras 12 horas

95% se for tomado nas primeiras 24 horas

85% se for tomado nas primeiras 48 horas

56% se for tomado nas primeiras 72 horas

Até o 5º dia a CE faz diferença

A CE NÃO É ABORTIVA

Não há nenhum trabalho provando que a CE é abortiva. O inverso é verdadeiro. Inúmeros trabalhos mostram que se a mulher já estiver grávida e tomar a CE, não abortará.

No entanto a igreja parte do princípio, segundo a reportagem do Correio Brasiliense (15.03.07 pg. 41-42), que “surge uma vida duas horas após uma relação sexual”.

Se essa afirmação for verdadeiramente da igreja (Bispo Rafael Cifuentes), é no mínimo perversa por dois motivos. Apesar dos padres, pastores agirem de acordo com a fé, são pessoas no mínimo com curso superior. Qualquer pessoa com o primeiro grau sabe que a vida surgiu na face da terra uma única vez e nunca mais repetiu tamanha façanha. A vida só surge da vida. Um espermatozóide ou um óvulo são vivos. A metade das mulheres que têm relação no período fértil não engravida. A metade dos óvulos fecundados não chega ao útero, isto é, apenas 25% das relações no período fértil o ovo chega ao útero. Desses óvulos fecundados apenas 3% a 8% fazem a nidação, isto é, iniciam uma gravidez.

Desta forma, não sabemos a respeito de que vida a igreja fala. Sabemos, no entanto que para ela, o ser humano, seus fiéis, os filhos de Deus não são mais importantes que a própria igreja, feita de homens. Ela tem que manter seu poder. Antigamente a igreja queimava as pessoas em nome de Deus. Hoje, a fogueira foi substituída pela gravidez não planejada ou por uma DST, como a AIDS. Parece que não mudou muito, porque mesmo diante de tais atrocidades, vemos pessoas apoiando sem nenhuma reflexão essas atitudes perversas. A única certeza que tenho é que Deus não tem nada com isso!

Basta ler um pouco o evangelho e pensar o que diria Cristo diante dessa situação? Creio que ele repetiria, com uma pequena alteração, Matheus 25:41- 45

41. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;

42. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;

43. Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.

&&. Aos 14 anos engravidei e não me ajudastes a evitar,

&& Aos 17 contrai o vírus da AIDS, porque mentistes para mim.

44. Então eles também lhes responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, ou grávida (?) e com AIDS, e não te servimos?

45. Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, o que não fizerdes ao menor dos meus filhos, não fizeres a mim.

(Mateus 25 & Valdi 2003)

Valdi Craveiro Bezerra