quinta-feira, dezembro 13, 2007

Moçambique encontra o Adolescentro















Terça-feira dia 11 o Adolesce
ntro recebeu a visita de duas mulheres maravilhosas de Moçambique. A diretora de Assuntos de Família, Mulher e Gênero do Ministério da Mulher e Ação Social de Moçambique, Célia Armando e Berta Seiuma, técnica responsável por ações de enfrentamento da violência de Moçambique. Acompanhando Célia e Berta, estavam Ana Margareth Gomes, da área técnica da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde/Brasil, parceira do Adolescentro e Fernanda Lopes do Fundo de População das Nações Unidas/UNFPA/Brasil, futuros parceiros.

Moçambique é um país jovem. Decretou sua independência em 25/06/1975 livrando-se da violência colonialista e entrando em outra violência, a da guerra civil. Nenhuma delas é mais ou menos importante que a outra. Desde as terríveis minas terrestres, mutiladoras de corpos e de almas, até a violência doméstica e sexual, não importa, violência é violência e sempre será uma vergonha humana, e por isso, deve ser eclipsada, escondida.

Por isso toda atitude que tire das sombras a violência sexual, merece nossa admiração e respeito. Essas duas mulheres poderosas vieram à Brasília e quiseram conhecer um serviço, que como elas, parece que lutam contra a maré, no que diz respeito aos resultados. Isso se deve ao fato de temos que lutar não apenas contra uns “monstros”, autores da violência, mas contra toda uma cultura, que disfarçadamente, dos tempos bíblicos até hoje, trata a mulher e a criança como mercadorias. A forma de a cultura humana pensar a violência sexual contamina até as instituições e as pessoas que lutam contra ela, levando-as a contribuir com a invisibilidade da violência sexual.

Essa armadilha começa com a reificação da violência. Ao transformá-la em coisa, em um instrumento em vez de uma relação desigual entre sujeitos em um determinado contexto, nos eximimos da co-responsabilidade por todas as violências sexuais. Isso fica evidente ao observarmos nossa reação ou FALTA DE AÇÃO diante da INIQÜIDADE do nosso Código Penal, ao considerar a violência sexual, um dos crimes mais hediondos, perversos e danosos contra a integridade biopsicosoccial do ser humano, como um (simples) crime contra os costumes. ISSO É UMA VERGONHA. EU MORRO DE VERGONHA, não de ser homem, mas de ter no corpo da lei de meu país esse absurdo. O que está em jogo não é o castigo, a pena, mas a maneira de desqualificar a vítima, geralmente uma mulher ou criança, em função do autor, em sua grande maioria um homem.

Para sair dessa armadilha, nós do Adolescentro adotamos um conceito sistêmico que considera a violência sexual relação e, com isso, nos denuncia sempre que nossos pré-conceitos afloram.

Violência sexual é uma relação desigual de poder, de força, ou de nível de compreensão do que esteja acontecendo, entre a vítima e o autor que, ao desqualificar o outro como sujeito, usa-o para sua satisfação sexual de forma física, psicológica ou social, em um contexto familiar e/ou social que constrói esses personagens e propicia ou facilita a formação dessas relações. (Bezerra,VC; 2007)

Foi um encontro de irmãos, parecia que nos conhecíamos há tempos, apesar de nunca termos nos vistos. No entanto, não foi a cultura que nos uniu, apesar da língua ser a mesma, mas nosso enfrentamento a violência sexual, que em última análise, é uma luta contra nós mesmos. Talvez por isso, carreguemos uma sensação de que isso não acaba nunca. Ao menos a uma conclusão já chegamos: não adianta punir, temos que aprender e ensinar o respeito incondicional ao outro, que apesar das diferenças, jamais seremos desiguais diante dos homens.

Enquanto apresentávamos o Adolescentro, Moçambique se preparava para ser quarta-feira, e ainda estávamos na terça sem saber de nada. Esse fuso horário é às vezes desconcertante, assim como a violência, quando descobrimos que é a mesma e no entanto está em todos os lugares ao mesmo tempo. Como pode?

Conheça um pouco mais de Moçambique e se tiver curiosidade visite também o Adolescentro. É importante para nós sabermos que não estamos só. Foi esse presente que Célia e Berta nos deixaram.

Um grande abraço!


sábado, dezembro 01, 2007

Aumente seu prazer e prolongue o dela, use camisinha!

1º de dezembro, dia mundial de luta contra a AIDS

Um dos maiores parceiros nessa luta é o preservativo, também conhecido como camisinha, camisa de Vênus, condon e outros.

Vem de muito tempo a preocupação do homem se proteger das doenças sexualmente transmissíveis (DST). Por muito tempo elas foram chamadas de doenças venéreas, em analogia a Vênus, deusa do amor. Como amor e sexo são coisas diferentes, apesar de poderem andar juntas, é preferível o termo DST.

Os egípcios já se protegiam com capinhas em volta do pênis para se proteger de picadas de insetos, ferimentos e provavelmente de doenças.

Foi a mitologia grega que deu a idéia e apresentou a camisinha ao ocidente.

“O rei Minos, filho de Zeus e Europa, era casado com Pasiphë. O monarca era conhecido por seu amor pelas mulheres e suas inúmeras amantes. Por obra de Pasiphë, Minos passou a ejacular serpentes, escorpiões e lacraias, que matavam toda aquela que se deitasse com o soberano. Pasiphë era imune ao feitiço aplicado a Minos, mas este tornou o rei incapaz de procriar. Minos, no entanto, se apaixonou por Procris. Para evitar que a relação com Minos lhe trouxesse a morte, Procris introduziu em sua vagina uma bexiga de cabra. Os monstros ficaram aprisionados na bexiga e Minos voltou a poder ter filhos."

A primeira descrição parecida com o preservativo atual, data de 1564,e foi feita pelo anatomista Gabriello Fallopio, intitulado De Morbo Galico (Doença Inglesa). Nome como a sífiles era conhecida na época, resultado da eterna rivalidade entre franceses e ingleses. Nesse estudo, Fallópio experimentou em 1100 homens “um envoltório de linho sobre o pênis durante o ato sexual, o qual impediu a disseminação de doenças, especialmente da sífilis”. No entanto o nome condon, apesar das controvérsias, dizem ser devido ao Dr. Condon, médico inglês da corte de Charles II, monarca do Reino Unido (1660-1685) que popularizou o protetor na língua inglesa.

A camisinha conheceu vários processos de fabricação e materiais. Em 1700 seu uso era extremamente popular, principalmente como método anticoncepcional. Os preservativos eram feitos à base de tripa animal. Nos anos de 1800, os japoneses criaram uma camisinha feita com um couro bem fino. Em 1843 com a descoberta revolucionária da vulcanização da borracha (adicionando enxofre e submetendo-a ao calor) permitiu que as camisinhas se tornassem mais elásticas e fossem produzidas a custos baixos. Em 1930 o látex líquido substituiu a vulcanização da borracha na fabricação os preservativos. Essa trecnologia continuou a se desenvolver até o surgimento das camisinhas de poliuretano, muito mais confortáveis.

Passados 1443 anos da publicação de estudo de Fallopio (1564), a preocupação com a prevenção continua, não só das DST, mas também da gravidez não planejada. O grande desafio continua convencer as pessoas dos direitos de se cuidarem. A apropriação do direito e dever de cuidar de sua vida e de todas as vidas, de buscar melhorias para si e para os outros é um processo. Só não podemos olhar muito para frente, onde queremos chegar, e percebermos onde estamos e entrar em desânimo. Já caminhamos muito. "O uso do condom no Brasil tem crescido regularmente desde o início da epidemia de HIV/AIDS."

Ainda não conseguimos introjetar a camisinha em nossa subjetividade, como o ato de beber coca-cola, por exemplo. Ainda há preconceitos, medos e muita ignorância e maldade travestidas de religião ou de parlamentares (vereadores, deputados, senadores) sem nenhum argumento empírico comprovado, propondo leis castradoras de todos os tipos.

Mas vamos resistindo. Nosso sonho de consumo é chegar um dia, que não iremos mais dormir, sem ver, assistir ou ouvir uma propaganda sobre o uso da camisinha, assim como acontece com a coca-cola. Aprender sobre o valor da vida, do direito de ser feliz, de ter prazer, de amar a si e aos outros. E de tanto ser bombardeados, quem sabe, passaremos acreditar que somos sujeitos de nossa vida, de nossa saúde, de nossa existência e da existência da vida, e a camisinha seja parte disso.

Infelizmente os recursos dos homens honestos, que lutam para cuidar da saúde do povo, são escassos. Mas sabemos que temos recursos. Só precisamos ser mais espertos e chegarmos antes dos políticos, funcionários públicos e empresários desonestos meterem a mão no nosso bem público. O problema é que eles têm um estímulo muito maior que a vida. Eles têm a impunidade!

É claro que toda essa luta não se resume a isso, o que é muito bom. Podemos lutar de várias formas e lugares a favor da vida. O Ministério da Saúde, por exemplo, lançou o Blog QUALSUAATITUDE? . Além de interessante é um ponto de encontro de idéias. Nós do Adolescentro, há mais de dois anos, que estamos vinculando a camisinha ao prazer em vez da preocupação com doenças e gravidez. Apesar de muitos falarem o contrário, a camisinha diminui sim a sensibilidade peniana. Isso faz com que o homem demore mais a ter o orgasmo. O pior é que isso é visto como problema pelos garotos que ainda não perceberam o outro na relação. ACORDEM HOMENS!

Preste atenção. Cada vez que você demora, mais intenso será seu orgasmo. Demorando mais, sua parceira terá chances de ter VÁRIOS orgasmos e numa mais esquecer de você. Que tal? Por isso,

Caso contrário...., veja por si mesmo!